Este é o blog oficial do jornalista, assessor de imprensa, palestrante e escritor Rodrigo Capella

sexta-feira

Além das letras


Passei o feriado de Tiradentes na cidade de Barra Bonita, participando do laçamento da antologia Além das Letras, organizada pelo amigo e poeta Sérgio Grigoletto. A pizzaria Pizza & Tal abrigou o lançamento e acolheu muito bem os poetas, que comeram na beira do Rio Tiete. No ivro, eu publiquei o meu a Chuva, Chuva, Fuja!, que está reproduzido abaixo.
Chuva, Chuva, Fuja!
Raio de brilho omisso,
terra, de mim desgastada,
entre ofícios e ócios,vida apagada.
Tempo de ternura e agonia,
vento com chuva carregada,
prefiro momento controlado,
vida,
tempo confiscado.
Quadro sem luz,
caminho tortuoso de moral.
Ternura, aonia,
fuja,
enquanto é carnaval.

domingo

Latir, latir - Parte 2

Atendendo a pedidos, publico aqui a dica número 1 do meu livro Como mimar seu cão, lançado recentemente pela Editora Zouk. Essa é a dica mais comentada pelos leitores:

Conversar

Seja o psicólogo do seu cão. Converse com ele. A conversa deve durar no mínimo duas horas e deve ser diária. Ela é muito importante. Conversando com o cão, podemos ajudá-lo a encontrar soluções para os mais variados problemas. Stress, cansaço e depressão são os mais comuns.

Se o cão apresenta stress, sugira que ele faça atividades alternativas como caminhada e natação. A prática desses exercícios torna a mente mais sadia e relaxada. Se ele apresenta cansaço, sugira que durma mais de dez horas por dia. Uma preguicinha de três horas na parte da tarde também é aconselhável. O cão irá recuperar as energias e estará apto o suficiente para trabalhar no dia seguinte.

Agora, se ele queixa-se de depressão, sugira que tente buscar novos caminhos. Atividades diferentes são sempre bem-vindas. Um emprego novo, amizades diferentes ou até mesmo uma viagem para o exterior. Porque não? Caso esses conselhos não acrescentem melhoras no comportamento do animal, procure um analista. Acredite, esses profissionais podem mudar a vida de seu cão.

terça-feira

vamos latir, latir.....

Amigos, apresento-lhes a dica 39 do meu livro Como mimar seu cão:


“Vivemos numa globalização cada vez mais intensa. As pessoas precisam divulgar seus trabalhos, façanhas, conquistas e realizações. Somente dessa forma obterão o reconhecimento justo dos demais seres humanos. Com os animais funciona diferente? Não, mas com a diferença de que eles têm a necessidade de informar aos outros sobre detalhes íntimos. Número de filhos, quantidade de pêlos, cor dos olhos e se ronca ou não. Por que tudo isso? Os outros cães precisam saber como o seu amigo é fisicamente e psicologicamente, para só assim decidir se vão gostar ou não dele.

Portanto, comece a planejar um site para o seu cão. Se não tiver tempo, contrate um bom profissional, pois há muitos no mercado. Selecione um material diversificado e interessante sobre o cão, como cartas, vídeos, desenhos, figurinhas, bonecos e brinquedos em geral. Fotografe tudo nos mínimos detalhes e coloque no site. Isso ajudará, e muito, a carreira artística de seu amigo. Se é que ele pensa em ser um artista (pensa)?”
Maramar

Por Rodrigo Capella*

Mar,
A vida é mar,
Amar a vida,
Sem Ter pressa.


De encontrar
O seu destino,
Meu amor,
Se faz menino.


Reflete o Dom,
Da matemática,
Da inspiração,
De um punhado de ação.


Do encontrar,
Alguém,
No mar.


Reflete o som,
Do borbulhar,
seu jeito de amar.


(*) Rodrigo Capella é poeta, escritor e jornalista. Autor de diversos livros, entre eles "Enigmas e Passaportes", "Como mimar seu cão" e "Transroca, o navio proibido", que será adaptado para os cinemas. E-mail: contato@rodrigocapella.com.br

domingo

Um conto.......

Deus, obrigado por ter criado as mulheres

Por Rodrigo Capella*

Corria pelas estreitas calçadas de São Paulo rumo ao Parque do Ibirapuera. O calor era intenso e a camiseta vermelha fazia-me transpirar mais ainda, como se eu estivesse dentro de um caldeirão. Opa! Bem que podiam cozinhar uma loira junto comigo, de preferência sorridente, gostosa e acompanhada por uma latinha de cerveja.
Exibia o meu corpo atlético, conquistado após quinze anos de terapia ocupacional e seis meses de academia. Pela primeira vez, sentia-me confiante, um verdadeiro Deus Grego. Mulheres de vários tipos olhavam pra mim, porém só as feias, que pareciam ter saído do Largo da Batata, é que mexiam comigo. Que maldição! Não devia ter malhado tanto.

- Nossa, que lindo - dizia uma delas.
- Queria um desse lá em casa - disparava a outra.

Ajeitava o cabelo, tirava o suor da testa e dava um sorriso. Que raiva, eu estava gostando daquele chamego. Mas, um solteiro como eu precisava de um bom partido. Continuei correndo! Pensava em muitas coisas: o pneu do carro furado, minha mãe rolando pelas escadas de incêndio, meu irmão passando mal após comer uma coxinha de calabresa.... Pensava em tudo, queria distância daquelas feiosas. "Saiam, saiam, antes que eu chame a carrocinha", disse alto, como se tivesse um megafone nas mãos.

Por falar em cachorro, não poderia esquecer de Brutus. Orelhudo e pulguento, o miserável miava em vez de latir. Miauuu-AU!! Ele chegou em casa com dois meses. Não, Brutus não veio sozinho, tive que buscá-lo no pet shop. Aos poucos, o pequeno animal foi adquirindo outras formas. Pica-pau roedor de móveis, rato comedor de queijo, lesma preguiçosa....

Um cão com crise de identidade? Era só o que faltava. Já bastava o dono. Tomei uma decisão drástica, uma das mais difíceis de minha vida. Por que não mimar o meu cachorro? Minha mãe fez isso comigo, por que não ia funcionar com o Brutus?

A primeira ação foi a de criar um site para ele. Optei pelo www.cachorrorebelde.au Afinal, ele precisava se acalmar um pouco e eu tinha que me ocupar. Qual o solteiro que não gosta de passar horas e horas na frente de um computador?

Aos poucos, Brutus se transformou. Os pêlos ficaram mais brilhantes, parecendo a peruca da Elke Maravilha. Seu rabo ganhou vida própria, achando que era um helicóptero. Brutus mostrou-se mais calmo, sorria várias vezes ao dia e até dava cambalhotas. Nossa, eu estava conseguindo mimar o cachorro.
Ainda rumo ao Parque Ibirapuera, eu corria, corria e as vozes das feiosas continuavam a me perseguir, aterroziando os meus pensamentos:

- Nossa, que lindo - dizia uma delas.
- Queria um desse lá em casa - disparava a outra.

Fingia que não era comigo e continuava correndo, sonhando, lembrando de quando mimava o Brutus. Depois de criar o site, comecei a assistir televisão com ele, mas Brutus não gostava de novelas brasileiras. Mudamos de canal, ele detestou as mexicanas e preferimos alugar alguns filmes. Depois de ver Os 101 Dálmatas, Brutus latia sem parar, levantava as patinhas e se mexia de um lado para o outro, mostrando-se um verdadeiro ator. Ele queria estar em Hollywood.

Mas, o danado continuava a comer o meu chinelo e achei que ele precisava de um pouco de música, talvez clássica. Optei pela quinta sinfonia de Beethoven. O cachorro se acalmava por alguns minutos, mas logo começava a roer tudo novamente. Eu devia ter dado a maçã da Branca de Neve pra ele.

- Nossa, que lindo - dizia uma das feiosas.
- Queria um desse lá em casa - disparava a outra.

Olhei para o lado e as mulheres estavam me seguindo. Nossa, que coisa maluca! Olhei para o chão e vi o Brutus. As feiosas estavam apontando para ele. Ufa! Fiquei bastante contente. Aqueles elogios eram para o Brutus e não pra mim. Deus, obrigado por ter criado os cachorros.

*Rodrigo Capella é escritor, jornalista e poeta. Autor de vários livros, entre eles "Como Mimar Seu Cão" e "Transroca, o navio proibido". Pretende se livrar do Brutus, mas está indeciso. Afinal, nada melhor do que o "melhor amigo do homem" para salvar o escritor dos apuros. E-mail: contato@rodrigocapella.com.br

O que vem em 2006???


Cálice 2006

Por Rodrigo Capella*

Acenaram-me da calçada,
era um cálice de vinho,
com lenço branco e úmido,
sorriso nas hastes,
pedia amor.


Sonhador, como sou, imaginei-me em seus braços.
beijando-lhe o rosto,
enroscando-me aos lados.
Apertando-lhe os lábios,
desejando-me pudor.


Ah! Que vontade de amar,
tocar e ser desejado.


Que vontade de ser amado,
de acordar e dividir o lençol,
de tomar café com meu cálice.


Ah! Acho que eu seria mais feliz,
seria um homem completo.
Sem perder a esperança,
eu aceno para o cálice,
e ele se vai.


Admiro-o com um simples olhar,
acho que acabei de me apaixonar.


(*) Rodrigo Capella é poeta, escritor e jornalista. Autor de diversos livros, entre eles "Como mimar seu cão" e "Transroca, o navio proibido", que em breve será adaptado para os cinemas. E-mail: contato@rodrigocapella.com.br

segunda-feira

Au au au au....


Amigos, apresento-lhes a dica 39 do meu livro "Como mimar seu cão":

"Vivemos numa globalização cada vez mais intensa. As pessoas precisam divulgar seus trabalhos, façanhas, conquistas e realizações. Somente dessa forma obterão o reconhecimento justo dos demais seres humanos. Com os animais funciona diferente? Não, mas com a diferença de que eles têm a necessidade de informar aos outros sobre detalhes íntimos. Número de filhos, quantidade de pêlos, cor dos olhos e se ronca ou não. Por que tudo isso? Os outros cães precisam saber como o seu amigo é fisicamente e psicologicamente, para só assim decidir se vão gostar ou não dele.
Portanto, comece a planejar um site para o seu cão. Se não tiver tempo, contrate um bom profissional, pois há muitos no mercado. Selecione um material diversificado e interessante sobre o cão, como cartas, vídeos, desenhos, figurinhas, bonecos e brinquedos em geral. Fotografe tudo nos mínimos detalhes e coloque no site. Isso ajudará, e muito, a carreira artística de seu amigo. Se é que ele pensa em ser um artista (pensa)?"