Este é o blog oficial do jornalista, assessor de imprensa, palestrante e escritor Rodrigo Capella

sexta-feira

LANÇAMENTO DE LIVRO

No dia 03 de abril de 2007, terça-feira, vou lançar o livro “Poesia não vende”, na Livraria da Vila, das 18h30 ás 21h30. Anote o endereço: Rua Fradique Coutinho, 915 - Vila Madalena. Abraços e conto com sua presença, Rodrigo Capella.

domingo

Sexo, todos querem sexo (ou pelo menos deveriam rs...)

CONTO
A sensualidade de Amanda
Por Rodrigo Capella*
Já tinha passado dos 30 anos e ainda sonhava em me casar com o homem perfeito. Desejava um príncipe encantado montado em um lindo cavalo branco. Mas, queria também um rapaz sincero e com todos os dentes bem escovados e brilhantes, se possível, é claro. Iniciei a busca pela Internet, estabelecendo conversas virtuais com possíveis candidatos, dos mais variados tipos e tamanhos.
No total, foram cinqüenta encontros cibernéticos ou, se você preferir, duzentas e dez horas dedicadas à procura da minha cara metade. Resultado: três idas ao cinema, assistindo péssimos filmes em má companhia. Fui agarrada por um caipira, beijei o rosto de um flanelinha e um cozinheiro chamado Zé teve uma crise de asma no meio do filme e me largou sentada na cadeira.
Insatisfeita, recorri aos jornais e publiquei um anúncio enorme, com a seguinte mensagem: "loira, alta e gostosa procura homem sincero para relacionamento duradouro. Envie o currículo e foto para o seguinte endereço....".
Tá, tudo bem, eu confesso que exagerei um pouco. Faz cinco anos que não freqüento uma academia e nem ando no calçadão da praia. Tenho dez quilos acima do peso ideal.
Mas, isso os homens não reparam ou, pelo menos, não deveriam. Resultado: recebi vinte e nove cartas, todas com foto 3x4, escondendo o corpo e a barriga dos candidatos. Olhei todo o material, arremessei longe e fiz uma bela cesta de três pontos, acertando o lixo da cozinha.
Novamente, o meu plano tinha falhado, o que me desestimulava bastante. Recorria, diariamente, ao meu sexto sentido, fazendo perguntas variadas e, em um lindo dia, tive uma idéia brilhante: Alex, meu amigo, era consultor amoroso. Pronto! Quem sabe ele não tinha a solução para o meu problema. Sem hesitar, disquei alguns números do telefone e:
- Oi, Amanda, em que posso ajudá-la?
- Preciso encontrar um homem para me casar com urgência. Estou com mais de trinta anos, sem filhos e muito menos um grande amor.O que eu faço? Tem solução?
- Hum... Amiga, o seu caso é muito grave. Mas, eu posso ajudá-la. De relacionamentos, eu entendo. Já tive vários, dos mais diversos. Vamos lá. Você quer um conselho? Aqui vai: cotidiano, cotidiano é a palavra-chave. Repare nos homens que estão ao seu redor. Às vezes, as oportunidades passam voando, os cavalos somem e os príncipes, simplesmente, desaparecem.
(*) Rodrigo Capella é escritor e poeta. Em breve, vai lançar "Poesia não vende", livro que conta com depoimentos de Ivan Lins, Bárbara Paz, Frank Aguiar e Carlos Reichenbach, entre outros.

sexta-feira

Um grande talento

Amigos, gostaria de apresentar mais um grande talento brasileiro: o pintor Paulo Marcondes Netto, que mantém o site www.artegraphicus.com, no qual expõe quadros e curiosidades sobre a sua carreira. Leia abaixo um depoimento do Paulo exclusivo para esse blog:
"Tomei gosto pela pintura bem depois do gosto pelodesenho. Desenhar ,para mim, foi uma extenção do meuestudo. Gostava mais de desenhar coisas como: carros,barcos, aviões do que gente propriamente dito.Mas ogosto da imagem figurada cresceu muito nos últimosanos. Passei a me inspirar em mestres como Vermeer, DaVinci,El Greco e muitos outros mais.Quando era criança, tinha uns 10-12 anos, gostava depintar os caixotes de feira que minha mãe trazia. Masera só brincadeira. Hj a coisa é tinta a óleo na tela.Uma técnica muito mais difícil. Já o desenho, é a base de tudo.Foi graças a um bomdesenho e técnicas de pintura com lápis de cor, queentrei na faculdade. Foram anos muito proveitosos pararefletir sobre o panorama e perspectivas que merodeavam. Aprendi a gostar de arte. Não como elementoativo, mas sim como crítica e contemplação.
O verbo pintar tornou-se presente em mim quandocheguei da Alemanha em 2002.Meu primeiro quadro era umconjunto de quadrados dispostos em dez por dezcentímetros em uma tela de 50 x 70 cm. Quis pensar em algo como um calendário ( eta cabeçaracionalista!!!), mas aprendi no ateliér do Prof.Carlos Zibel a me desvenciliar do lado matemático dohomem. Era hora de livrar-se da caisa-de-força que é aFAU. Junto a galeria Mali Villas Bôas, aprendi algunsdos macetes do jogo político que é a arte. Hoje, estudo arte e web-design, e adoro os dois, pormais incrível que isto possa parecer, eles se complementam.".

terça-feira

Entrou na área é literatura, fala, bicho??

Quando a literatura se aproxima do futebol
Por Rodrigo Capella*
Muito se tem discutido, nos grupos acadêmicos e literários, sobre a utilização do ensino à distância como forma de se incentivar e, até certo ponto, propagar o gosto pela literatura brasileira. Os defensores desse tipo de ferramenta argumentam que, ao utilizar a Internet e participar de cursos via web, os alunos seriam motivados a pesquisar sobre as diversas tendências da escrita e, com isso, passariam a consumir mais livros.
Na outra frente, os opositores acreditam que a busca por novas obras só ocorre quando o estudante recebe estímulo dos professores, muitas vezes especializados em determinados assuntos de nossa literatura. Eu acrescentaria mais alguns argumentos: assistir um curso de literatura pela Internet é como acompanhar uma partida de futebol pela televisão. Não tem a menor graça. Diminui-se a emoção de ver o time entrar em campo, deixa-se de comer hot dog com queijo e mais: o gol perde grande parte de sua característica, sentido e cor. A literatura, assim como o esporte mais popular do Brasil, é feita de momentos.
O lance é único, o gesto merece ser contemplado por minutos e o drible precisa ser eternizado com uma fotografia marcante. Todos esses sentimentos, infelizmente, não podem ser captados em uma aula pela Internet. Vamos a um exemplo: quando meu professor de literatura do ginásio recitava Drumond de Andrade, eu percebia emoção em seus olhos. Se esse mesmo profissional lesse o mesmo poema em uma aula virtual, eu, rapidamente, sentiria uma perda de credibilidade e sustância. O ao vivo é sempre melhor!
Nesse debate presencial versus virtual, outros argumentos também precisam ser destacados. Em uma aula cara-a-cara, os alunos podem, por exemplo, tirar dúvidas, apontar questionamento e, até mesmo, apresentar composições próprias, dos mais diversos estilos literários. Além disso, o professor direciona as explanações de acordo com as necessidades dos estudantes.
Esses motivos tornam, portanto, o ensino á distância, até o presente momento, uma ferramenta desnecessária para a nossa literatura. Precisamos, então, valorizar as aulas presenciais, ensinando os alunos a respeitarem os professores, investindo no conhecimento intelectual desses profissionais e, principalmente, possibilitando o surgimento de centros de pesquisa literários.
Difundir a literatura é investir em educação, conhecimento e cultura.
* Rodrigo Capella é escritor e poeta. Autor do livro "Transroca, o navio proibido", que vai ser adaptado para o cinema pelo diretor Ricardo Zimmer. Informações: www.rodrigocapella.com.br