Por Rodrigo Capella*
No Brasil todo, as próximas feiras do livro se aproximam. Algumas serão realizadas em maio, provavelmente, sob o sol. O que nos dá um panorama interessante: livro versus praia. O que é mais importante para a construção humana? O que é mais importante para a nossa vida?
Sem dúvida, os livros! Digo isso, com absoluta certeza. Como dizia o grande poeta, um País se faz com livros. E eu acrescento: um País se faz com homens que leem livros, que pesquisam e que têm a necessidade de absorver novos conteúdos.
Faço aqui, portanto, um pedido: não deixem de visitar as Feiras do Livro. Será um espaço único para refletirmos, conversamos e trocarmos experiências. É um evento bom para os escritores, mas também para os leitores.
Afinal, sem os versos e diálogos literários, obras grandiosas jamais existiriam e se perderiam em seu princípio. A literatura está totalmente enraizada no contexto artístico e fortalece qualquer tipo de expressão. A literatura estimula as viagens, a busca de conhecimentos e a auto-superação.
Infelizmente, nas escolas, a literatura não vem sendo utilizada da forma adequada. Repito o que já disse algumas vezes, mas que até agora não deram a devida atenção: a primeira solução é, sem dúvida alguma, a adoção do conceito de “letramento poético”, ou seja, já nos primeiros meses de aprendizado as crianças têm contato com a poesia e, aos poucos, vão fazendo atividades a partir de um verso literário, tais como desenhos, pequenas frases e, mais tarde, no decorrer da adolescência, pequenas peças teatrais.
Outra medida é promover uma “educação poética” nos lares brasileiros. As atuais gerações já estão perdidas. Temos que apostar nas futuras. Os adultos devem incentivar a leitura de poesia nos lares, através de leitura coletiva, de atividades diferenciadas. Uma terceira medida é uma reformulação da grade curricular. O professor chega pro aluno e diz: “Pessoal, semana que vem tem prova desse livro de poesia. Estudem!”.
Isso é chato pra caramba. Ninguém merece. O professor deve incentivar a leitura e não obrigar o aluno a ler um livro. O que vai fazer o aluno? Vai jogar videogame. Tá tudo errado! Nas feiras literárias, portanto, temos a oportunidade de, através de brincadeiras e conversas com os leitores, reverter esse quadro e de mostrar que a litertura pode ser algo realmente agradável e grandioso.
(*) Rodrigo Capella é escritor, poeta e palestrante. Autor de vários livros, entre eles “Transroca, o navio proibido”, que será adaptado para o cinema pelo diretor Ricardo Zimmer. Mais informações: www.rodrigocapella.com.br