Por Rodrigo Capella*
Candace White, professor de marketing na Universidade do Tennessee, em Knoxville, e co-autor do relatório "How video news releases are used in television broadcasts" (“Como os releases em forma de vídeos são usados em transmissões de televisão”, em tradução livre), disse, mais de uma vez que, os diretores de emissoras demonstram grande interesse em utilizar video news releases (VNR) durante a programação.
De acordo com White, os vídeos que abordam saúde e segurança são os mais utilizados. Já os puramente corporativos, ocupam a lanterna. Fácil de se entender: o consumidor quer, cada vez mais, ter acesso a entretenimento, prestação de serviço e informações que facilitem o seu dia a dia e melhorem sua autoestima. O chamado novo tripé jornalístico!
Pago, na maior parte das vezes, pela empresa que pretender comunicar uma determinada notícia, o VNR é enviado, gratuitamente, aos meios de comunicação. Trata-se, na verdade, de um release transformado em imagens, que pode ser utilizado em sua totalidade ou editado – de acordo com as normas e padrões de cada emissora.
Um outro foco em potencial é a internet. Com o VNR, a assessoria de imprensa pode viralizar a informação, agregando valor à marca e ampliando o market share de produtos, soluções e espaços diversos.
Para lançar o seu canal no YouTube, o Women's Empowerment Channel (WEC), a escritora, palestrante e apresentadora Jennifer Keitt gravou um vídeo-release no qual reforça o seu know-how para ajudar as mulheres a terem um dia a dia melhor e antecipa algumas dicas que podem ser encontradas no WEC.
O resultado é um vídeo-release descontraído, protagonizado pela própria Jennifer Keitt, que orienta o universo feminino sobre autoestima, sexualidade, fatores financeiros, moda e fitness.
Na mesma linha informativa, o procurador americano José Klest, que tem mais de vinte e quatro anos de experiência em ajudar as vítimas de acidentes de carros, gravou um VNR no qual orienta os motoristas a como proceder em casos como esse.
É bem provável que o material, com duração de um minuto e muito bem editado, já tenha sido utilizado em muitos programas de televisão ou de Internet. Afinal, assim como Jennifer Keitt, Klest focou no novo tripé jornalístico.
Nos Estados Unidos, o Center for Media and Democracy (CMD) pesquisa essas veiculações. Em um relatório, identificou 77 emissoras de televisão que veicularam VNRs. Em alguns casos, esse tipo de material era incorporado na programação, sem distinção, como se fosse conteúdo das próprias emissoras – conferindo uma grande aceitação jornalística ao vídeo-release.
No Brasil, este tipo de material começa a ganhar importância entre as assessorias de imprensa e os profissionais digitais, principalmente para se divulgar eventos, fusões e lançamentos de produtos.
Em tempos de social media, toda iniciativa é válida para consolidar imagens e criar oportunidades. Neste contexto, o vídeo-release é protagonista e irá ditar as próximas regras e tendências. Cabe, então, aos comunicadores traçarem estratégias cada vez mais qualificadas, certeiras e – principalmente - criativas. É a mistura – cada vez mais real – do marketing com a assessoria de imprensa!
(*) Rodrigo Capella é jornalista e assessor de imprensa desde 2002. Autor, entre outros, de “Assessor de Imprensa – fonte qualificada para uma boa notícia”.