Por Rodrigo Capella*
Minha ida a Paris sempre foi planejada e em grande estilo: Torre Eiffel, Louvre e Galeria Lafayete. Estava ansioso, mas me continha. Afinal, tinha deixada a melhor parte da viagem para o final. O motivo: lá, eu poderia gastar todos os euros que haviam sobrado e poderia também conhecer a noite parisiense.
É, e eu estava precisando. Depois de uma viagem totalmente cultural pela Europa, vendo castelos, igrejas e museus, estava na hora de beber até cair. E fui rumo a essa missão, andando por ruas famosas e passando pelo Arco do Triunfo. Parei em um restaurante e solicitei uma cerveja, a minha primeira em Paris. Tomei rapidamente, saboreando cada gole e recusando os petiscos oferecidos. Eu queria encher a cara e nada me fazia mudar de idéia.
Solicitei mais uma cerveja e fui ao banheiro. Pronto: eu estava preparado para ir a uma balada parisiense. Mas pra onde? Andando sem destino e quase cansado, encostei em um ponto de ônibus. Observei que um rapaz, mais jovem do que eu, estava cambaleando, com um bafo de vodka. Rapidamente, pensei: “esse é o cara. Ele vai me ajudar. Os bêbados conhecem as melhores baladas”.
Logo me aproximei dele e perguntei, em inglês, é claro: “amigo, tem alguma balada boa em Paris?”. Ele respondeu prontamente: “Paris, é uma merda! Mas, as baladas são muito boas. Siga reto, nessa direção. Você não vai se arrepender. Mas, me diga, da onde você é?”. “Brasil, sou brasileiro”. “Ah! Ronaldo, Pelé, Zico, Garrincha... Eu adoro o futebol brasileiro, sempre vejo na TV”.
Nessa hora, ele foi interrompido por um homem que segurava um grande cartaz. Esse homem, sem disser nem boa noite, afastou o rapaz com quem eu estava conversando e substituiu a propaganda de um relógio fixada no ponto de ônibus por uma propaganda de um filme da Jennifer Lopez. O rapaz ficou louco e começou a berrar: “eu amo a Jennifer, eu a amo”. Dei muita risada e quase contei a ele que havia passado a mão na bunda da Jennifer, mas mudei de idéia.
Agradeci a informação do rapaz e quando me virei ele disse: “calma, não vai beijar a Jennifer?”. “Como?”. “Olhe! E aprenda”. Ele rapidamente deu um beijo de língua na propaganda e eu saí correndo. Segui a direção que ele havia apontado e caminhei bastante até avistar uma muvuca de lindas e estranhas francesas, que estavam conversando em frente a uma estação de metrô, onde outras pessoas haviam entrado.
Fiquei curioso e optei por entrar. No Brasil, não há baladas no metrô. Então, eu iria a uma festa totalmente diferente. E, lá fui eu. O ambiente, logo de cara, se mostrou sensacional e fascinante. Duas pistas, tocando som diferente, bebidas caras, mas deliciosas, e francesas, doidas por sexo e orgia.
Nessa balada, não deixei, é claro, de conversar com as garotas francesas, mesmo não falando francês. Tentava manter um diálogo, mas não conseguia. Decidi então me aproximar das mulheres só para olhar os seios, pequenas pêras, perto dos mamões brasileiros. Mas, de belos sorrisos, frente a algumas desdentadas brasileiras. Entre um bebida e outra, observava e fazia comparações: as francesas são frias; as brasileiras quentes.
Bebi sem parar: vodka, cerveja, conhaque e uísque. Misturei tudo e quase tombei. Pra quê? Tentar falar francês e me dar bem. Eta! Que língua difícil. Nem bêbado eu conquistei uma mulher francesa. Mercy Bocu!
(*) Rodrigo Capella é escritor e poeta. Autor de vários livros, entre eles “Rir ou chorar”, “Enigmas e Passaportes”, “Como mimar seu cão”. “Poesia não vende” e “Transroca, o navio proibido”, que está sendo adpatado para o cinema pelo diretor Ricardo Zimmer. Informações: www.rodrigocapella.com.br
Minha ida a Paris sempre foi planejada e em grande estilo: Torre Eiffel, Louvre e Galeria Lafayete. Estava ansioso, mas me continha. Afinal, tinha deixada a melhor parte da viagem para o final. O motivo: lá, eu poderia gastar todos os euros que haviam sobrado e poderia também conhecer a noite parisiense.
É, e eu estava precisando. Depois de uma viagem totalmente cultural pela Europa, vendo castelos, igrejas e museus, estava na hora de beber até cair. E fui rumo a essa missão, andando por ruas famosas e passando pelo Arco do Triunfo. Parei em um restaurante e solicitei uma cerveja, a minha primeira em Paris. Tomei rapidamente, saboreando cada gole e recusando os petiscos oferecidos. Eu queria encher a cara e nada me fazia mudar de idéia.
Solicitei mais uma cerveja e fui ao banheiro. Pronto: eu estava preparado para ir a uma balada parisiense. Mas pra onde? Andando sem destino e quase cansado, encostei em um ponto de ônibus. Observei que um rapaz, mais jovem do que eu, estava cambaleando, com um bafo de vodka. Rapidamente, pensei: “esse é o cara. Ele vai me ajudar. Os bêbados conhecem as melhores baladas”.
Logo me aproximei dele e perguntei, em inglês, é claro: “amigo, tem alguma balada boa em Paris?”. Ele respondeu prontamente: “Paris, é uma merda! Mas, as baladas são muito boas. Siga reto, nessa direção. Você não vai se arrepender. Mas, me diga, da onde você é?”. “Brasil, sou brasileiro”. “Ah! Ronaldo, Pelé, Zico, Garrincha... Eu adoro o futebol brasileiro, sempre vejo na TV”.
Nessa hora, ele foi interrompido por um homem que segurava um grande cartaz. Esse homem, sem disser nem boa noite, afastou o rapaz com quem eu estava conversando e substituiu a propaganda de um relógio fixada no ponto de ônibus por uma propaganda de um filme da Jennifer Lopez. O rapaz ficou louco e começou a berrar: “eu amo a Jennifer, eu a amo”. Dei muita risada e quase contei a ele que havia passado a mão na bunda da Jennifer, mas mudei de idéia.
Agradeci a informação do rapaz e quando me virei ele disse: “calma, não vai beijar a Jennifer?”. “Como?”. “Olhe! E aprenda”. Ele rapidamente deu um beijo de língua na propaganda e eu saí correndo. Segui a direção que ele havia apontado e caminhei bastante até avistar uma muvuca de lindas e estranhas francesas, que estavam conversando em frente a uma estação de metrô, onde outras pessoas haviam entrado.
Fiquei curioso e optei por entrar. No Brasil, não há baladas no metrô. Então, eu iria a uma festa totalmente diferente. E, lá fui eu. O ambiente, logo de cara, se mostrou sensacional e fascinante. Duas pistas, tocando som diferente, bebidas caras, mas deliciosas, e francesas, doidas por sexo e orgia.
Nessa balada, não deixei, é claro, de conversar com as garotas francesas, mesmo não falando francês. Tentava manter um diálogo, mas não conseguia. Decidi então me aproximar das mulheres só para olhar os seios, pequenas pêras, perto dos mamões brasileiros. Mas, de belos sorrisos, frente a algumas desdentadas brasileiras. Entre um bebida e outra, observava e fazia comparações: as francesas são frias; as brasileiras quentes.
Bebi sem parar: vodka, cerveja, conhaque e uísque. Misturei tudo e quase tombei. Pra quê? Tentar falar francês e me dar bem. Eta! Que língua difícil. Nem bêbado eu conquistei uma mulher francesa. Mercy Bocu!
(*) Rodrigo Capella é escritor e poeta. Autor de vários livros, entre eles “Rir ou chorar”, “Enigmas e Passaportes”, “Como mimar seu cão”. “Poesia não vende” e “Transroca, o navio proibido”, que está sendo adpatado para o cinema pelo diretor Ricardo Zimmer. Informações: www.rodrigocapella.com.br