Só disse a verdade
Por Rodrigo Capella*
Meu texto “Pelo fim das Olimpíadas, já”, publicado aqui no meu blog, causou um certo descontrole nos leitores. Até estranhei as críticas, em alguns aspectos, mas, sinceramente, não achou que vou aprender muito com elas Eu tenho a obrigação de alertar os fatos e de propor soluções. Se minhas observações não agradam, peço que, por favor, deixem de ler essa coluna e vão correr no parque.
Podem me chamar de revoltado, louco ou até mesmo “cabra da peste”. Eu falo somente o que eu penso. Disse e repito: um evento como as Olímpiadas estraga um país e ainda contribui para o povo ficar menos culto e mais burro! Tá bom ou quer mais?
O problema é que o brasileiro está ficando, infelizmente, cada vez mais burro e egoísta. Vamos pensar: a Olimpíada existe para desviar o foco do povo. Na época de Olimpíadas, o povo pára de questionar o aumento dos impostos, pára de tecer comentários contra o governo e ainda se sente mais alegre e feliz. Quem ganha com isso? O governo. Perceberam?
É assim que funciona a coisa. O mesmo posso dizer da Copa do Mundo, dos torneios de tênis, dos campeonatos de ginásticas. O esporte foi criado para deixar o povo mais burro, para desviar a atenção do povo e criar uma falsa imagem de que está tudo bem.
Se o Felipe Massa, por exemplo, ganha uma corrida, todo mundo fica contente e esquece que tem que pagar vinte contas na próxima semana. Perceberam? A Olimpíada é um falso-real. Serve para esconder uma realidade e deixá-la mais confortável para os milhares de trabalhadores brasileiros que acordam cedo, ganham pouco e trabalham o dia inteiro sem prespectiva de uma vida melhor.
A Olimpíada serve também para desviar dinheiro, criar caixa dois e favorecer determinadas empresas. Se um evento como esse ocorrer no Brasil, só posso dizer: “estamos perdidos”. O Brasil já está ruim, se sediar uma Olimpíada, eu juro: vou morar no Paraguai.
Pode ser essa uma atitude muito radical, mas não me importo. E digo mais: a pessoa só é inteligente quando lê livros. Se ignora as histórias, é evidente que fica sem argumentos e não pode participar de uma conversa. Então, concluo que a Olímpiada, que afasta as pessoas dos livros, contribui para termos um país de ignorantes.
Por isso, eu lanço aqui, nessa coluna, a campanha “Olimpíada, já virou piada”. Quem for a favor, me escreva e tenho a certeza de que mudaremos esse país e que amanhã seremos realmente um país de leitores.
Boa leitura!
(*) Rodrigo Capella é escritor e poeta. Autor de vários livros, entre eles "Transroca, o navio proibido", que está sendo adaptado para o cinema pelo diretor Ricardo Zimmer. Informações: http://www.rodrigocapella.com.br/