A árvore piscava com tal fervura,
Bolas brancas e vermelhas davam o realce,
Enfeites de laços e cavalos carregavam ternura,
No olhar da criança.
Piscava num ritmo prolixo,
Fixamente olhava o enfeite mais alto,
Era um papai noel no topo da árvore,
Despertando nuança no olhar meigo.
A criança, enfeitiçada estava
A admirar o falso real,
A crer que papai noel iria,
Descer da árvore e dá-lhe
Um beijo no rosto.
Observava a árvore diariamente,
Como se buscasse um algo mais,
Percorria ao redor dos galhos,
Sentia o perfume vago.
Fixava os olhos atrás da árvore,
Abria e fechava a porta do armário,
Passava a mão num furo,
Feito por cupim.
Observava a árvore,
Canto por canto,
Estava quase aos prantos,
Queria ver se o furo,
Ia contaminar os enfeites,
Derrubar os galhos,
Estragar papai noel
E paralisar os cavalos.