Por Rodrigo Capella*
A morte de um sacerdote poderia ser um crime comum, mas nas mãos de Agatha Christie esse episódio se transforma no alicerce necessário para fazer de “O cavalo amarelo” um ótimo suspense. Atualmente, leio esse livro sempre acompanhado de um bloco de anotações para não perder os detalhes e as muitas referências feitas a Shakespeare.
Três mulheres estranhas, que se julgam a reencarnação das bruxas de Macbeth, um papel escondido no sapato do morto e pessoas que desaparecem por telepatia. Esses são alguns dos elementos oferecidos pela Rainha do Crime ao longo desse saboroso romance.
Para tristeza dos fãs de Hercule Poirot, Agatha Christie recorre ao inspetor Lejeune para solucionar tal mistério. E acerta na escolha. Lejeune é o personagem ideal para procurar pistas em um cenário composto por métodos particulares, magia negra e tortura psicológica. Tudo isso é bem distribuído pela autora, sem deixar com que a obra tenha um caráter sobrenatural.(*)
(*) Rodrigo Capella é escritor e poeta. Autor de “Transroca, o navio proibido”, que vai ser adaptado para o cinema pelo diretor Ricardo Zimmer